sábado, 20 de março de 2010

o canto

Não há círculo que se complete
e deformado segue
buscando em si
novo compasso

Piscina grande, suja, verde
Um corpo nadando
nada nada nada
vício em lodo, musgo
segmento pantanoso
muco de terras inundadas
alga roça e lambe
o cobre de carícias
sereia entoa nota alva pura
de horror fatal e sem verso
ele se deleita em ternuras
está quase submerso

terça-feira, 16 de março de 2010

Os gêneros fundamentais

Súbito prato insípido
Passo arrítmico de esfinge
Digna, imóvel
Roaz. Ménis de Aquiles expressa
Naquilo que resta
Céu sujo sem épica
Narrando uma acética aventura
Mítica de lendas de urbes
De tempos difusos em sujeitos
Sem lírica
De leitos mui duros cuja lírica
Sem sujeito,
Faz-se no suor do mundo
Nos poros dos aglomerados
Em gigantes axilas de trens lotados
Dramática peça pública,
Tragicômica
Do anonimato.